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O sistema político do Tibete

by Lucas Gomes

O termo “Tibet” é proveniente da palavra mongol “Thubet” , chinesa “Tufan” e árabe “Tubbat”. Em toda a sua história, o Tibete sempre foi uma região formada por várias regiões soberanas, com uma entidade independente e um Estado vassalo sob soberania chinesa.

Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama. Líder e mentor do povo tibetano
Luca Galuzzi

A primeira unificação entre as regiões soberanas, realizada pelo rei Songtsän Gampo, ocorreu no século VII. Em vários períodos, entre 1640 e 1950, regiões do Tibete foram administradas pelos Dalai Lama. O termo Dalai Lama significa um grupo de líderes políticos espirituais provenientes de emanações Avalokite?vara, mas ao mesmo tempo sob às ordens do império chinês da Dinastia Qing.

Porém, em 1913, o 13° Dalai Lama expulsou as tropas chinesas da atual Região Autônoma do Tibete, proclamou a independência do Tibete que não foi aceita pela China e nem pela comunidade internacional. Em 1945, a soberania do governo chinês sobre o Tibete foi questionada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O Partido Comunista da China assumiria o controle da região tibetana de Kham em 1950, depois de uma intensa batalha. O 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, assumiu a liderança entre os tibetanos e assina o Acordo de Dezessete Pontos, posteriormente, Dalai Lama se refugia na Índia, onde pede asilo político e instala o Governo do Tibete no Exílio, na cidade de Dharamsala.

O governo de Dalai Lama discorda profundamente sobre a posse política do Tibete nas mãos do governo chinês. Até os dias atuais, há denúncias de torturas nas prisões do Tibet. Dentre as regras políticas impostas por parte do governo da China sobre o Tibete, podemos destacar:

– Restrição à liberdade religiosa, de expressão, de reunião e de movimento popular;

– Ausência de jornal ou qualquer órgão de imprensa e de registro a respeito dos abusos contra os direitos humanos na região;

– É proibida a organização de passeatas e expressões de reclamações;

– Para viajar dentro dos limites geográficos do Tibete é necessário autorização e vigilância por parte do governo da China.

Em 2008, no ano da realização do Jogos Olímpicos de Pequim, os tibetanos iniciaram uma série de protestos contra a dominação chinesa e contra a prisão de monges budistas contra a dominação e para comemorar os 49 anos de levante político contra a China. Os protestos foram encorpados pelos monges locais e pela população tibetana. Os protestos se tornaram violentos, depois do envio de tropas do exército chinês que aprisionaram manifestantes em Lhasa, e atiraram em ativistas em Sichuan. Em Londres, durante a passagem da tocha olímpica, um grupo favorável à independência do Tibete tentou atordoar o evento.

Em março de 2011, o atual Dalai Lama declarou o seu desligamento da liderança política do Tibete, a decisão foi tomada pelas limitações impostas pelo exílio. Em suas palavras:
“Se devemos seguir no exílio durante outras várias décadas, haverá um momento inevitável no qual não poderei ser mais o líder”.

Referências:

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticia/DALAI+LAMA+FORMALIZA+SEU+PEDIDO+DE+DESLIGAMENTO+POLITICO_10409.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tibete

http://www.brasiltibet.org.br/biblioteca/relatoaonu.html

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u382778.shtml

http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/03/24/editorial_crise_no_tibete_1240618.html

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/04/07/china_agradece_brasil_por_postura_em_relacao_crise_com_tibete_aos_jogos_olimpicos-426733698.asp

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* Fernando Rebouças é formado em Propaganda e Marketing e Pós-graduando em Produção Editorial pela Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro.

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