Os alunos que ingressarem na 181ª turma da Faculdade de Direito da USP no próximo vestibular irão se
deparar com um novo formato de curso. O leque de disciplinas optativas será maior, e o estudante poderá
montar uma grade mais generalista ou com algumas especializações logo no início.
“Antes, o aluno recebia o pacote fechado. A possibilidade de escolha das matérias era de 15%; agora, será
de 40%”, diz João Grandino Rodas, diretor da faculdade. “O aluno também poderá obter créditos com a
realização de atividades de cultura e extensão universitária ou pesquisa, além de disciplinas optativas de
outras unidades da universidade.”
Para que os estudantes tenham tempo para se dedicar às optativas, a relação das obrigatórias será reduzida,
já que era maior do que a exigida pelo Ministério da Educação.
Além disso, a proposta é que as salas de aula tenham menos alunos, em torno de 50.
A mudança, aprovada em maio, reflete o objetivo da faculdade de formar profissionais úteis para a sociedade,
com conhecimentos humanísticos e interdisciplinares, de acordo com o diretor da faculdade.
Como era
Na grade curricular para os alunos ingressantes até 2007, os quatro primeiros anos eram gerais e somente no
quinto ano era possível escolher a área de especialização: penal, trabalho, privado, processo civil e
empresa, público.
Os alunos novos, aprovados no último vestibular, e os antigos, a faculdade tem cerca de 2.500
universitários, continuarão com a grade antiga, segundo Gustavo Ferraz de Campos Monaco, assistente
acadêmico da faculdade.
No entanto, a direção recebeu um documento com assinaturas de 338 dos 460 alunos primeiranistas pedindo que
a nova grade seja aplicada a eles também. “Os alunos do primeiro ano, em princípio, não serão tocados, mas
podemos reavaliar esse aspecto”, diz Rodas.
Diploma
Ao se formar, o aluno recebia o diploma de bacharel de direito. Para aqueles que tivessem feito algumas
matérias optativas, a especialização constava no verso do diploma.
Com a mudança, o diploma será idêntico para todos. Na hora de buscar emprego em determinada área, o
histórico escolar será importante.
A vestibulanda Silvia Miwa Katsuragi, 19, que tentará uma vaga em direito no próximo vestibular da Fuvest
aprova a mudança. “O novo formato do curso irá facilitar na medida em que o aluno fará as opções que mais
lhe agradarem.”