A Zootecnia cuida do desenvolvimento e aplicação de tecnologias para a obtenção, industrializção e comercialização de produtos de origem animal. Assim, como o médico veterinário, o zootecnista também tem o cotidiano profissional intimamente ligado com a criação de bovinos, caprinos, suínos, peixes, abelhas. A diferença básica entre as duas carreiras é que, enquanto a veterinária cuida da saúde, a zootecnia busca aumentar a produtividade do animal. Mas quem imagina que o zootecnista não quer saber da saúde do animal, engana-se. A profissão também tem a parte profilática (de prevenção de doenças). Já o médico veterinário tem a formação para receitar medicamentos, para trabalhar com a clínica médica.
Na zootecnia o profissional lida principalmente com o alimento. O bovino vai ser levado para o abate, o suíno também, e ambos serão vendidos no frigorífico. Zootecnia é produção animal. O curso vai ensinar tudo o que for necessário para criar um animal: a alimentação, o manejo em um pasto, o melhoramento genético, a reprodução, o agronegócio. Você se pergunta: produzir o quê? Qualquer coisa que seja utilizada para o homem, de mel de abelha a búfalo, passando pela criação de frangos, aves, cabras, ovelhas, carneiros até o gado de leite e de corte. Até animais silvestres, como avestruz, entram no rol das espécies. Nenhum outro profissional conhece tão bem técnicas de abate e de inseminação artificial quanto o zootecnista. Ovos sem colesterol e carne de porco light são exemplos do que pode fazer a pesquisa genética em busca de alimentos mais saudáveis. O campo da ciência que se preocupa com aspectos com esse da produção animal é a zootecnia.
Zootecnistas são profissionais que também trabalham também como administradores rurais e planejadores de fazendas e instalações rurais.
As oportunidades de trabalho estão em cooperativas de criadores, fazendas, empresas de agropecuária, frigoríficos, órgãos de pesquisa e consultoria, universidades e instituições de extensão rural. As indústrias de ração e os laboratórios de medicamentos e vitaminas contratam o zootecnista, especialmente se ele tiver conhecimentos em agribusiness e promoção de vendas. O crescimento do consumo do leite longa vida e seus derivados, produzidos principalmente por empresas multinacionais, aumenta as chances de trabalho. Crescem também as oportunidades na área de piscicultura, graças à multiplicação de empresas do tipo “pesque e pague”, que precisam de especialistas em produção. Numa escala menor, zoológicos buscam zootecnistas para cuidar do manejo e da nutrição dos animais e mesmo o turismo ecológico já começa a mostrar interesse por esse profissional. Boa parte dos recém-formados, filhos de agricultores, acaba trabalhando por conta própria, em empresas familiares. Na área de suinocultura, que conta com as novas tecnologias para aumento de produção e oferta de trabalho. Estão estagnadas as áreas de criação de rãs, cuja carne é pouco consumida, e de bicho-da-seda, pela falta de cultura do consumo do produto no país. A caprinocultura, ovinocultura e criação de animais silvestres tendem a crescer, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Apesar das frentes que se abrem em tantas áreas, a Zootecnia passa por momentos difíceis. Não há políticas governamentais que incentivem a transferência de tecnologia para o setor produtivo. Com isso, os pequenos agricultores são os mais prejudicados.
O crescimento da agropecuária é diretamente proporcional ao aquecimento da economia. Basta ver o que acontece com a avicultura: o aumento do consumo de carne de frango, de 8 quilos para 30 quilos per capita em um ano, provocou uma expansão no setor. Se o país retomar o crescimento e oferecer empregos em todos os setores, aumentará o número de consumidores de produtos de origem animal, hoje restritos a apenas 30% da população.
O curso
Duração média: cinco anos. Currículo básico: Experimentação Física, Climatologia Animal, Biologia Geral, Botânica, Ciências Humanas e Sociais, Ciências do Meio Ambiente, Solos, Higiene dos Animais e de Instalações, Produção e Nutrição Animal, Instalações Zootécnicas, Pastagens e Plantas Forrageiras, Fisiologia da Reprodução, Zoologia, Economia e Administração Rural. Conhecimentos de informática e administração completam sua formação. Os primeiros semestres são carregados por disciplinas básicas e depois é que começam as cadeiras relacionadas à profissão. Para se formar também é necessário realizar um estágio supervisionado e confeccionar uma monografia de conclusão. Aptidões desejáveis: É preciso ter aptidão mecânica e numérica, ter interesse por atividades científicas além de iniciativa e meticulosidade. Principais áreas da formação Especializações: |
A profissão é regulamentada e responde ao Conselho Federal de Medicina Veterinária. Para exercer a carreira, o zootecnista deverá se registrar no cnselho profissional de sua região. De acordo com a Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), estima-se que 15 mil zootecnistas atuem no país. No entanto, somente metade tem registro no conselho profissional.
MERCADO DE TRABALHO
O mercado está aquecido na região Centro-Oeste e deve continuar assim pelos próximos anos, principalmente porque o agronegócio tem sido o motor da economia da região. Devido aos incentivos fiscais e ao preço mais baixo dos grãos, muitas empresas de alimentos, como Sadia e Perdigão, abriram filiais no Centro-Oeste, onde existem muitas vagas nos grandes frigoríficos.
No Nordeste, as melhores oportunidades estão na criação de caprinos, ovinos e avestruzes, e também na de peixes e camarões.
No sul do Brasil e nos estados de Mato Grosso e Rondônia, surgem empregos em fazendas e propriedades rurais, cuidando do planejamento rural e da saúde animal. O segmento da carne orgânica (em que os animais são criados com uso restrito de hormônios e medicamentos), embora ainda incipiente, também começa a ganhar espaço, pois cresce o número de pessoas que se preocupam com uma alimentação mais saudável. Isso deve aumentar a demanda por profissionais de zootecnia nos próximos anos.
Na região Sudeste, há um crescimento no mercado de caprinos e ovinos e poucos técnicos especializados para ocupar as vagas. No Sul, aumenta a criação de ovelhas para produção industrial de lã.
Nas áreas urbanas das duas regiões, há perspectivas de trabalho em laboratórios de pesquisa e biotecnologia, em empresas de exportação de produtos de origem animal e em companhias de informática, no desenvolvimento de softwares gerenciais específicos para o setor.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Animais silvestres | Administra a alimentação e cuida da preservação de espécies silvestres criadas para abate, como jacaré, javali, avestruz. Atua em zoológicos. |
Comércio | Orienta o consumidor na escolha e na compra de rações e medicamentos para os animais. |
Melhoramento genético | Faz a avaliação genética e desenvolve técnicas de cruzamento e inseminação artificial para garantir rebanhos mais saudáveis, férteis e produtivos. |
Nutrição e alimentação animal | Formula e desenvolve suplementos alimentares em indústrias de ração e de vitaminas. Controla a qualidade dos alimentos usados na nutrição animal e dá orientação técnica ao cliente na escolha de rações. |
Planejamento e administração rural | Planeja e organiza projetos de criação de animais em fazendas, para aumentar a produtividade dos rebanhos e minimizar os custos de produção. |
Saúde animal | Cuida da saúde de rebanhos, supervisionando as condições de higiene, a aplicação de vacinas e remédios e as condições ambientais. |
O piso salarial é o estipulado para médicos veterinários, que é de seis dalários mínimos, por seis horas de trabalho diárias, o equivalente em valores atuais a R$ 2.480,00. No entanto, segundo a Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), o salário fica a cargo da empresa e da função. É comum um profissional ganhar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.