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Entenda a polêmica envolvendo as células-tronco

by Lucas Gomes

A importância das células-tronco deriva de seu potencial para
se transformar em qualquer célula ou tecido de um organismo, o que é
especialmente promissor para o tratamento de doenças degenerativas.

As células tronco são capazes de se dividir e transformar em
qualquer outro tipo de célula, um verdadeiro “coringa” do organismo.

Há dois tipos de células-troncos encontrados naturalmente: as
células-tronco embrionárias, que como o próprio nome diz,
vêm do embrião; e as adultas, encontradas principalmente na medula
óssea e no cordão umbilical.

As células-tronco embrionárias são derivadas da massa
de células internas do embrião quando ele está no estágio
conhecido como blastocisto, de quatro a cinco dias após a fecundação.
Essas células são chamadas de pluripotentes, o que significa que
elas são capazes de se transformar em qualquer tipo de célula
adulta, de neurônios a pele.

Elas estão presentes apenas nos primeiros estágios da formação
de um organismo. Veja a evolução do óvulo fertilizado até
a origem do embrião:

As células-tronco adultas são encontradas no organismo já
desenvolvido, e podem se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica
quanto outra mais diferenciada, usada para regenerar tecidos danificados e células
mortas. Menos versáteis que as células-tronco embrionárias,
elas, no entanto, não causam polêmica porque sua obtenção
não depende de embriões. É possível encontrar esse
tipo de célula na medula óssea e no sangue do cordão umbilical.

Menos
versáteis que as células embrionárias, elas, no entanto,
já estão sendo aplicadas na medicina para o tratamento de diversas
doenças. O mais comum é o tratamento da leucemia, através
do transplante de medula óssea. Cientistas estão dando os primeiros
passos para tratar também a esclerose múltipla e a esclerose lateral
amiotrófica.

Em
novembro de 2007, dois grupos separados de cientistas anunciaram a “fabricação”
de células-troncos a partir da pele humana. Com a ajuda de quatro genes
injetados por vírus, os pesquisadores conseguiram fazer células
da pele (ou fibroblastos) reverterem para o estágio de células-tronco.
Na teoria, essas células poderiam, no futuro, substituir as embrionárias.
Seria uma promessa para o fim da polêmica emvolvendo as células
embrionárias, no entanto, até agora, os cientistas não
sabem fabricá-las sem o uso de vírus, o que inviabiliza a aplicação
em humanos. Pelo menos, por enquanto, elas servirão apenas para testes
de remédios. Cientistas pedem mais estudos com as embrionárias,
para poder desenvolver melhor esta técnica.

APLICAÇÕES

No cérebro – Regeneração de neurônios
perdidos pelo mal de Parkinson e o mal de Alzheimer, entre outros problemas
neurológicos.

Nos ossos – Cicatrização de fraturas e tratamento
da osteoporose.

No pâncreas – Recuperação da produção
adequada de insulina, curando o diabetes.

Na coluna – Tratamento de lesões, recuperando pacientes
paraplégicos, e também da esclerose múltipla e da esclerose
lateral amiotrópica.

Nos órgãos sexuais – Tratamento contra a infertilidade
para casais que não conseguem engravidar.

No coração – Recuperação de áreas
infartadas e tratamentos de insuficiência cardíaca.

Nos olhos – Recuperação da visão em idosos
e pessoas com problemas de retina.

O estudo e a manipulação tecnógica de células-tronco
poderão dar origem a terapias para o tratamento de diversas doenças,
para a recuperação de pessoas paralisadas em acidentes e, até,
para a criação de tecidos para transplante.

A maioria dos cientistas concorda que a forma mais promissora das células-tronco
para o estudo e o desenvolvimento de terapias é a embrionária.

No entato, a extração dessas células leva à destruição
de um embrião humano. Muitas pessoas acreditam que o embrião já
tem o mesm direito à vida que um ser humano desenvolvido, e deve ser
preservado. E aí, reside a polêmica.

As células são retiradas de embriões em estágio
anterior a 14 dias e, portanto, o sistema neural ainda não começou
a ser formado. A formação do sistema neural é considerada
importante porque é a partir daí que o novo ser começa
a ter a capacidade de sentir ou desenvolver consciência. Já os
críticos das pesquisas afirmam que o desenvolvimento humano é
um processo contínuo desencadeado a partir da conepção,
e não pode ser interrompido em momento algum.

Em 2005, as pesquisas foram autorizadas no Brasil pela Lei de Biossegurança,
mas restritas a embriões sobressalentes produzidos in vitro
e congelados há mais de três anos. Hà a resistência:
o STF (Superior Tribunal Federal) está avaliando uma ação
direta de insconstitucionalidade movida com base no argumento de que a vida
começa na concepção.

Saiba
mais sobre terapia celular
.

Fontes: G1 | Jornal O Estado de S. Paulo

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