Home EstudosSala de AulaGeografia Espaços terrestres: 1. Fusos horários

Espaços terrestres: 1. Fusos horários

by Lucas Gomes

O que são fusos horários?

Os fusos horários são faixas imaginárias que dividem a Terra em 24 faixas idênticas, de modo que cada divisão tenha 15º de longitude (que correspondem ao ângulo que a Terra gira em uma hora) de uma faixa a outra, contados a partir de um meridiano inicial e corresponda à uma hora. Tais faixas foram regulamentadas em 1884, numa conferência astronômica nos Estados Unidos. Os fusos horários são definidos a partir do Tempo Universal Coordenado (TUC) em Londres, local onde o Meridiano de Greenwich divide o fuso determinando a contagem das horas, já que é o meridiano inicial.. Conforme se passa de um fuso a outro, deve-se aumentar (a leste) ou diminuir (a oeste) uma hora no relógio. Os minutos e os segundos continuam os mesmos. Quando alguém vem da Europa para o Brasil, por exemplo, as horas diminuem. Ao contrário, se for para o Leste, elas aumentam. Essa é a regra geral.

Toda a região que compreende o interior de um fuso horário possui a mesma hora, ou seja, toda a limitação de território firmada entre uma faixa imaginária e outra possui o mesmo horário e isso é firmado de acordo com os limites políticos de cada país. Pode ocorrer de países com grande extensão territorial apresentar diferentes horários, como é o caso do Brasil que possui agora três fusos horários diferentes.

Os fusos são convenções geográficas que buscam conciliar “o que estamos vendo” com o relógio, ou seja, se onde moramos costuma anoitecer às 18h, o tempo marcado pelo relógio precisa acompanhar esse ritmo. Por isso, em países com grande extensão territorial, regiões distantes umas das outras, têm horários diferentes. Embora não seja obrigatório, a maior parte dos países do mundo adota o sistema. Uma exceção é a China. Maior que o Brasil, o país asiático tem um fuso apenas, uma decisão do governo local. Por outro lado, a antiga União Soviética, por exemplo, com quase todo o território hoje pertencente à Rússia, tinha 11 linhas de fuso horário.

Meridiano de Greenwich (GMT)

O Meridiano de Greenwich ou primeiro meridiano (0°), uma linha imaginária no centro do fuso zero, ficou definido na Conferência do Meridiano como referência da hora oficial mundial, ou hora GMT (Greenwich Meridian Time). Logo o Meridiano de Greenwich é o que passa no ponto médio (no meio) do fuso , observe que soma de 7,5º a leste de Greenwich com 7,5º a oeste, corresponderá aos 15º ou um fuso, definindo o Meridano de Greenwich, como fuso zero. Observação: A partir de 1986, a hora GMT foi substituído pelo UTC – Universal Time Coordinated que é uma mensuração baseada em padrões atômicos e não na rotação da Terra.

Linha Internacional da Data

É a linha que acompanha o meridiano de Greenwich (180º), atravessando o oceano Pacífico. Por convenção internacional, esse meridiano determina a mudança de data civil em todo o planeta. Ao ultrapassar essa linha, exatamente no ponto em que ela se localiza, tem-se de alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste) à partida. Aqui, ocorre o inverso. Quando atravessamos para o oeste, mudamos para o dia seguinte. A leste, avançamos para o dia anterior. É uma mudança de dias (hoje e amanhã) e não de horas.

Calculando a hora no mundo

Os fusos horários são contados de 0 a 180º para oeste e para leste de Greenwich. Como a Terra gira no sentido oeste-leste, a cada 15º, partindo de Greenwich para o leste, as horas aumentam e para o oeste, diminuem. Assim, para saber que horas são em uma determinada cidade é preciso primeiro saber em que meridiano ela está e se está a leste ou a oeste de Greenwich. Por exemplo: São Paulo está no fuso 45º oeste. Isso quer dizer que a hora local em São Paulo será 3 horas a menos que na cidade inglesa. Se em Greenwich são 14 horas, em São Paulo serão 11 horas. Isso se não estivermos em horário de verão.

O horário de verão

A adoção do horário de verão é uma forma de economizar energia elétrica e evitar sobrecarga do sistema e blecautes no início da noite, quando aumenta o consumo de eletricidade. A medida não é exclusividade do Brasil e é adotada em muitos outros países, como Estados Unidos, Japão e também na Europa.
Como na época de verão o dia é mais longo do que a noite, a idéia é de aproveitar melhor a luz natural. Por isso é que os relógios são adiantados. Assim, não só se aproveita mais a luz da manhã, como também a luz do final do dia, gastando-se menos energia elétrica.

Em regiões que estão muito próximas à linha do Equador, como o Norte e grande parte da região Nordeste do Brasil, o horário de verão não costuma ser adotado porque a duração do dia e da noite é praticamente a mesma durante todo o ano. Já no Rio Grande do Sul, os dias no verão chegam a ser quatro horas mais longos que no inverno. No Brasil, o horário de verão foi utilizado várias vezes ao longo do século XX, mas desde 1985 ele tem sido adotado a cada ano.

A virada do ano

Em que lugar do mundo o ano vira primeiro? Agora que conhecemos a Linha Internacional da Data fica fácil responder a essa pergunta. Um lugar pouco badalado que é um dos primeiros a ‘ver’ o ano-novo é a cidade russa de Uelen, na fria região da Sibéria. Uelen está situada no extremo leste da Rússia, junto ao Estreito de Bering, que divide a Ásia da América do Norte. Mas são as paradisíacas ilhas do oceano Pacífico que chamam a atenção do mundo. É para lá que vão milhares de turistas de vários países até o último dia de dezembro para comemorar a chegada do ano-novo.

Países como Tonga e Kiribati e as Ilhas Chatham, que pertencem à Nova Zelândia, estão próximos da Linha Internacional da Data e separados entre si por alguns poucos minutos. Kiribati, por exemplo, é um arquipélago cortado pela Linha da Data. Enquanto a capital Bairiki estará comemorando o 1º de janeiro, as ilhas à leste – que estão no meridiano 180º oeste – têm que esperar quase um dia para fazer o mesmo. Igual paciência precisam ter os habitantes de Samoa Ocidental, também na Oceania.

A doença do fuso horário

O jet lag ou doença do fuso horário é muito comum quando se atravessa muitos fusos horários em pouco tempo. Esse problema acontece devido a um descompasso entre os ritmos internos do organismo e os externos. Além da queda no desempenho e na concentração, a doença pode resultar em irritabilidade, cefaléia, taquicardia e alteração dos padrões de sono e fome. Ela também é comum em pessoas que estão submetidas a turnos irregulares de trabalho.
A adaptação a um novo fuso horário pode levar de 3 a 18 dias. Evitar café e bebidas alcoólicas e ter uma boa noite de sono na véspera da viagem são as principais recomendações para ajudar o organismo a acostumar-se ao novo ritmo.

Por que a redução de quatro para três fusos no Brasil?

Desde 25 de junho, o Brasil deixou de ter quatro fusos horários.

O território brasileiro está localizado a oeste do Meridiano de Greenwich (fuso zero), abrangendo o fuso -2, fuso -3 e fuso -4 (não existe mais o fuso -5), isto quer dizer que em virtude da sua grande extensão territorial, em vez de quatro fusos. O primeiro fuso (-2 horas GMT) sobre as ilhas oceânicas e mais 2 fusos (-3 e -4 horas em relação a GMT) sobre o território Brasileiro. O horário de Brasília (horário oficial brasileiro) continua -3 horas em relação ao GMT. Portanto todo horário sob território brasileiro é atrasado em relação a hora GMT ou UTC. A imagem mostra a nova configuração dos fusos sobre o território brasileiro de acordo com a nova legislação.

Com a extinção do fuso localizado no extremo-oeste da região Amazônica, os moradores do Acre, de parte do Amazonas e de parte do Pará tiveram que ajustar seus relógios. O Acre, que estava duas horas atrás em relação ao horário de Brasília, fica agora com uma hora de diferença. O Pará ficou com o mesmo horário do Distrito Federal. No Amazonas, onde parte dos municípios tinha duas horas de diferença com a capital federal e outra parte tinha uma hora, a diferença agora é de uma hora em relação a Brasília, em todo o Estado.

A região amazônica está muito perto da linha do Equador, então a luminosidade é maior, o que ajuda. No caso do Amazonas, por exemplo, os dois fusos que cortavam o Estado causavam transtornos. Se alguém localizado no extremo-oeste do Estado quisesse falar com Manaus, precisaria estar atento aos horários locais, principalmente em órgãos públicos.

Posts Relacionados