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Ana Terra (da obra O Continente, de O Tempo e o Vento), de Érico Veríssimo

by Lucas Gomes

Ana Terra

é um capítulo de O Continente, livro
que compõe a trilogia O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo. Um capítulo
marcante que traduz a dura vida de famílias de poucas posses tentando construir
uma base sólida na região, através do cultivo da terra e da criação de gado.
Como em todo o livro, as passagens estão permeadas de crítica social, principalmente
em relação à violência e aos privilégios que originaram uma sociedade onde terra
é sinônimo de desigualdade.

O título corresponde ao texto: Ana Terra está colocada no centro de toda narrativa.
Ela se torna princípio e fim de onde partem e para onde convergem todos os episódios
principais da longa trama. O mundo do romance gira ao redor dela. Sua estória
é um episódio longo e importante em todo O Tempo e o Vento. Ela adquiriu
tanta importância que o próprio autor lhe deu permissão de formar um pequeno
romance, à parte, da mesma forma que fez com o Capitão Cambará. (Um certo
capitão Rodrigo
).

Foco narrativo

O ponto-de-vista do narrador é o da terceira pessoa. O narrador fica de fora,
onisciente e onipotente, retratando suas personagens e peripécias. Apesar da
linearidade com que a narrativa se apresenta e a forma como se desenrolam os
fatos, há algum aprofundamento principalmente na personagem-título. Ana Terra
completa o ciclo de sua vida e é seguida pelo filho (Pedro Terra); a este se
sucedem os filhos e assim indefinidamente na seqüência das gerações. Uma seqüência
inegavelmente histórica, isto é, marcada pela cronologia. Para quebrar essa
linearidade, Érico Veríssimo intercala a obra O Tempo e o Vento, interlúdios,
cadernos de pauta simples. Assim supera a horizontalidade da narrativa.

Além do narrador, é claro, os personagens também falam, dialogam e, mesmo dentro
de sua grande pobreza, têm alguma vida interior com suas reflexões.

Tempo

A obra corresponde ao espaço temporal de 1777 a 1811. O tempo que predomina
no romance, apesar das constantes inserções psicológicas, ainda é o cronológico,
pois as ações exteriores dos personagens ainda permitem estabelecer-se a cronologia
do enredo. O narrador onisciente não se limita a expressar aspectos regionais
e históricos da memória de Ana Terra. Expõe também aspectos individuais, afetivos
da protagonista.

Análise da personagem Ana Terra

Ana Terra é a matriarca da família Terra Cambará. Filha de imigrantes portugueses
que chegam ao Rio Grande do Sul no século 18, Ana e sua família passam por todas
as dificuldades de morar em uma região esquecida pelas autoridades e permeada
de disputas por terras e fronteiras. Sua personalidade forte, de garra, obstinação
e resistência frente a todas as perdas e violências que sofre fazem de Ana Terra
um símbolo da mulher gaúcha. Traços da personalidade de Ana e sua crença na
vida serão encontradas nas mulheres das gerações futuras da família Terra Cambará,
principalmente de sua neta Bibiana. O erotismo da jovem é também é destacado,
pois esta desperta em meio a solidão da fazenda onde Ana mora com a família
e culmina com a sua entrega a Pedro Missioneiro. Além disso, ela é quem estabelece
a relação entre o vento e os acontecimentos importantes de sua vida que serão
uma espécie de ligação entre o vento e a memória feminina em toda a obra do
autor, como um consolo e arma de defesa de mulheres que assistem os homens lutarem
e morrerem em suas guerras.

Além da representatividade histórica da personagem (símbolo da mulher rio-grandense),
devemos atentar para alguns detalhes, a saber:

1. Seu erotismo, ampliado pela solidão e pela sensação de infelicidade
de viver naquele mundo perdido que é a fazenda do pai. Daí a sua entrega corpórea
a Pedro Missioneiro.

2. A consciência natural do tempo. Este é determinado primitivamente pelo
ritmo das estações, assim como os dias o são pelo nascer e pelo desaparecer do
sol. Não há calendários e as referências aos anos são imprecisas. Assim, o tempo
estava relacionado indissoluvelmente à natureza: Era assim que o tempo se arrastava,
o sol nascia e se sumia, a lua passava por todas as fases, as estações iam e vinham,
deixando sua marca nas árvores, na terra, nas coisas e nas pessoas.

3. A sua garra, obstinação e capacidade de resistência. A forma que sobreviveu
interiormente à violência do estupro dos bandidos castelhanos indica não apenas
resignação ao destino, mas estupenda força subjetiva e crença na vida. No limite
mais dramático e profundo, estes foram os valores de todas as mulheres no romance.

4. A profissão de parteira que Ana adotou como uma metáfora da vida,
enquanto a seu redor guerras e revoluções campeiam com todo um tributo à destruição
e à morte. Decorreu daí também o seu ardente pacifismo e seu entranhado ódio
à violência em que os homens pareciam se comprazer.

5. A relação que Ana estabeleceu entre o vento e as coisas importantes
de sua vida, a associação entre as “noites de vento, noite dos mortos” e, por
fim, a própria ligação do vento com a memória feminina. Esta memória – açulada
pela natureza – é ao mesmo tempo o tormento, o consolo e a arma de defesa das
mulheres contra a falta de sentido da existência.

Enredo (Texto do Núcleo de Documentação
Histórica da Universidade Federal de Pelotas)

A família de Ana Terra vem de Sorocaba para o Rio Grande do Sul porque seu pai,
Maneco Terra, tinha esperanças de melhorar sua vida através da terra. A reflexão
sobre a divisão de terras e a injustiça social transparece através da figura
de Maneco, homem trabalhador e honesto. O personagem indigna-se com o fato de
muitas sesmarias serem dadas sempre para os mesmos homens:

Maneco recordava sua última visita a Porto Alegre, onde fora comprar ferramentas,
pouco antes de vir estabelecer-se ali na estância. Achara tudo uma porcaria.
Lá só valia quem tinha título, um posto militar ou então quem vestia batina.
Esses viviam a tripa forra. O resto, o povinho, andava mal de barriga, de roupa
e de tudo. Era verdade que havia alguns açorianos que estavam enriquecendo com
o trigo. Esses prosperavam, compravam escravos, pediam e conseguiam mais sesmarias
e de pequenos lavradores iam se transformando em grandes estancieiros. Mas o
governador não entregava as cartas de sesmaria assim sem mais aquela… Se um
homem sem eira nem beira fosse ao paço pedir terras, botavam-no para fora com
um pé no traseiro. Não senhor. Terra é para quem tem dinheiro, pra quem pode
plantar, colher, ter escravos, povoar campos.

Maneco ouvira muitas histórias. Pelo que contavam, todo o Continente ia sendo
aos poucos dividido em sesmarias. Isso seria muito bom se houvesse justiça e
decência. Mas não havia. Em vez de muitos homens ganharem sesmarias pequenas,
poucos homens ganhavam campos demais, tanta terra que a vista nem alcançava.
Tinham lhe explicado que o governo fazia tudo que os grandes estancieiros pediam
porque precisava deles. Como não podia manter no Continente guarnições muito
grandes de soldados profissionais, precisava contar com esses fazendeiros, aos
quais apelava em caso de guerra. Assim, transformados em coronéis e generais,
eles vinham com seus peões e escravos para engrossar o exército da Coroa, que
até pouco tempo era ali no Continente constituído dum único regimento de dragões.
E como recompensa de seus serviços, esses senhores de grandes sesmarias ganhavam
às vezes títulos de nobreza, privilégios, terras e mais terras. Era claro que
quando havia uma questão entre esses graúdos e um pobre diabo, era sempre o
ricaço quem tinha razão.
(Veríssimo, 2001: 94)

Enquanto Maneco representa o homem trabalhador cheio de princípios e moral,
que luta para poder crescer e possuir mais terras, os personagens de Ana Terra
e sua mãe Henriqueta são figuras essenciais na luta pela sobrevivência da família.
Os afazeres femininos (dessa classe) aparecerem como sendo tão sacrificantes
quanto os masculinos ou até mais. Além disso, as mulheres têm de servir aos
homens e se submeter a eles. Por isso, quando Henriqueta morre, Ana não sofre,
já que tem consciência da vida infeliz que levava a mãe:

Ana não chorou. Seus olhos ficaram secos e ela estava até alegre, porque
sabia que a mãe finalmente tinha deixado de ser escrava. Podia haver outra vida
depois da morte, mas também podia não haver. Se houvesse, estava certa de que
D. Henriqueta iria para o céu; se não houvesse, tudo ainda estava bem, porque
sua mãe ia descansar para sempre. Não teria mais que cozinhar, ficar horas e
horas pedalando na roca, em cima do estrado, fiando, suspirando e cantando as
cantigas tristes de sua mocidade. Pensando nessas coisas, Ana olhava para o
pai que se achava ao seu lado, de cabeça baixa, ombros encurvados, tossindo
muito, os olhos riscados de sangue. Não sentia pena dele. Por que havia de ser
fingida? Não sentia. Agora ele ia ver o quanto valia a mulher que Deus lhe dera.
Agora teria de se apoiar na nora ou nela, Ana, pois precisava de quem lhe fizesse
a comida, lavasse a roupa, cuidasse da casa. Precisava, enfim, de alguém a quem
pudesse dar ordens, como a uma criada. Henriqueta Terra jazia imóvel sobre a
mesa e seu rosto estava tranqüilo.
(Veríssimo, 2001: 115).

Apesar de Ana pensar que sua mãe finalmente livrou-se da “vida de escrava”,
Henriqueta volta em espírito e, à noite, continua a trabalhar na roca. Ana tem
pena da mãe: Nem mesmo na morte a infeliz se livrara de sua sina de trabalhar,
trabalhar, trabalhar…
(Veríssimo, 2001:116).

Ana Terra, em sua mocidade, é um personagem solitário e ao mesmo tempo inconformado,
que tem desejos e esperanças. Mais tarde mostrará sua força e coragem. O Rio
Grande é, para ela, um lugar em que nada existe além da solidão, do medo e do
trabalho. Logo no início do capítulo o autor/narrador expressa os sentimentos
que aquele lugar causava na moça:

Tinha vinte e cinco anos e ainda esperava casar. Não que sentisse muita falta
de homem, mas acontecia que casando poderia ao menos ter alguma esperança de
sair daquele cafundó […]. Ali na estância a vida era triste e dura. Moravam
num rancho de paredes de taquaraçu e barro, coberto de palha e com chão de terra
batida. […] Passavam-se meses sem que nenhum cristão cruzasse aquelas paragens.
Às vezes era até bom mesmo que eles vivessem isolados, porque quando aparecia
alguém era pra trazer incômodo ou perigo
(Veríssimo, 2001: 73).

A solidão se expressa em Ana principalmente através do seu erotismo, que fica
acentuado com o aparecimento de Pedro – um índio sobrevivente da guerra missioneira
que acaba ficando como agregado da família Terra. Como uma moça que vive naquele
“fim-de-mundo” onde nada se vê além do campo e com ninguém se fala além de,
vez que outra, tropeiros rudes, Ana sente em seu corpo o desejo pelo índio.
Do ponto de vista historiográfico, os desejos de uma mulher no século XVIII
não são tão palpáveis quanto a divisão de terras registradas em documentos.
Porém, são perfeitamente imagináveis dentro dos limites do possível:

Ana estava inquieta. No fundo ela bem sabia o que era, mas envergonhava-se
dos seus sentimentos. Queria pensar noutra coisa, mas não conseguia. E o pior
é que sentia os bicos dos seios (só o contato com o vestido dava-lhe arrepios)
e o sexo como três focos ardentes. Sabia o que aquilo significava. Desde os
seus quinze anos a vida não tinha mais segredos para ela. Muitas noites quando
perdia o sono, ficava pensando em como seria a sensação de ser beijada, penetrada
por um homem. Sabia que esses eram pensamentos indecentes que devia evitar.
Mas sabia também que eles ficariam dentro de sua cabeça e de seu corpo, para
sempre escondidos e secretos, pois nada nesse mundo a faria revelar a outra
pessoa – nem à mãe, nem mesmo à imagem da Virgem ou a um padre no confessionário
– as coisas que sentia e desejava. […] Pensava nas cadelas em cio e tinha
nojo de si mesma
(Veríssimo, 2001: 96).

Ana não resiste e acaba entregando-se a Pedro. Mais tarde fica grávida dele.
Ao descobrir o fato, Maneco Terra manda os irmãos, Antônio e Horácio, matarem
Pedro longe da fazenda. Após o assassinato do índio, Ana demonstrará sua capacidade
de resistência e suas estratégias de sobrevivência. Ela suporta o desprezo que
os irmãos e o pai lhe têm, por ter perdido sua honra e carregar um filho sem
pai, pois sabe que, na verdade, esses homens que lhe acusam carregam uma culpa
muito mais grave do que a dela: a do assassinato. Assim, quando vê a oportunidade,
joga na cara dos irmãos e do pai as palavras que durante muito tempo guardou:
Assassinos! – repetiu Ana – Todos deviam estar mas era na cadeia com os outros
bandidos!
(Veríssimo, 2001: 113).

A coragem de Ana Terra se expressa novamente quando sua casa é saqueada por
castelhanos. Naquele período, a incessante disputa territorial entre portugueses
e espanhóis havia gerado um espaço de violência, onde atrocidades, vandalismos,
pilhagem, assassinatos e estupros eram comuns.

Em Ana Terra, a família é avisada que um grupo de bandidos está chegando
no local. Então, Maneco e Antônio – Horácio a esta altura mora na cidade – mandam
Ana e Eulália (mulher de Antônio) esconderem-se no mato com as crianças (Pedrinho,
filho de Ana, e a filha de Eulália). Mas Ana fica, mesmo sabendo o que vai lhe
acontecer, para assim salvar as crianças e a cunhada: Se eu me escondo eles
nos procuram no mato, porque logo vão ver pelas roupas do baú que tem mulher
em casa. Se eu fico, eles pensam que sou a única e assim Eulália e as crianças
se salvam
(Veríssimo, 2001: 120).

A casa é saqueada, Maneco Terra, Antônio e dois escravos que tinham são assassinados
e ela é estuprada sucessivas vezes pelos bandidos. Depois de tudo que aconteceu,
Ana – com a pouca ajuda da cunhada e das crianças – enterra o pai, o irmão e
os dois escravos. Ainda assim tem forças para querer uma vida nova e pensa que
deve lutar pelo que deseja:

Ana sentia-se animada, com vontade de viver, sabia que por piores que fossem
as coisas que estavam por vir, não podiam ser tão horríveis como as que já tinha
sofrido. Esse pensamento dava-lhe uma grande coragem. E ali deitada no chão a
olhar para as estrelas, ela se sentia agora tomada por uma resignação que chegava
quase a ser indiferença. Tinha dentro de si uma espécie de vazio: sabia que nunca
mais teria vontade de rir nem de chorar. Queria viver, isso queria, e em grande
parte por causa de Pedrinho, que afinal de contas não tinha pedido a ninguém para
vir ao mundo. Mas queria viver também de raiva, de birra. A sorte andava sempre
virada contra ela. Pois Ana estava agora decidida a contrariar o destino. Ficara
louca de pesar no dia em que deixara Sorocaba para vir morar no Continente. Vezes
sem conta tinha chorado de tristeza e de saudade naqueles cafundós. Vivia com
o medo no coração, sem nenhuma esperança de dias melhores, sem a menor alegria,
trabalhando como uma negra, e passando frio e desconforto… Tudo isso por quê?
Porque era a sua sina. Mas uma pessoa pode lutar contra a sorte que tem. Pode
e deve. E agora ela tinha enterrado o pai e o irmão e ali estava, sem casa, sem
amigos, sem ilusões, sem nada, mas teimando em viver. Sim, era pura teimosia.
Chamava-se Ana Terra. Tinha herdado do pai o gênio de mula
(Veríssimo, 2001:
127).

Então, aproveitando que uma família passa pelo local, Ana, Eulália e as crianças
viajam até Santa Fé, um povoado fundado por um estancieiro, o Cel. Amaral, que
durante muitos anos será o senhor do local. Ana Terra começa uma nova vida ao
lado de seu filho e transforma-se na parteira do local – ela simboliza a continuidade
e o valor da vida.

Mais tarde, Pedro, que está com vinte anos, é recrutado juntamente com outros
homens do povoado para mais uma guerra de fronteira contra os castelhanos. Indignada
com a imposição do Cel. Amaral de que todos os homens devam se alistar, Ana
Terra vai até o coronel pedir para que livre o seu filho da guerra. Mas na casa
do Cel. Amaral é humilhada por ele. Ana sabe que a guerra nada trará de benefícios
para ela e para seu filho, sabe que a guerra serve somente para os grandes estancieiros
e tem vontade de dizer tudo isso ao Cel. Amaral, mas não o faz:

Ana Terra sentiu uma revolta crescer-lhe no peito. Teve ganas de dizer que
não tinha criado o filho para morrer na guerra, nem para ficar aleijado brigando
com os castelhanos. Guerra era bom para homens como o Cel. Amaral e outros figurões
que ganhavam como recompensa de seus serviços medalhas e terras, ao passo que
os pobres soldados às vezes nem o soldo recebiam. Quis gritar todas essas coisas
mas não gritou. A presença do homem – aquelas botas pretas, grandes e horríveis!–
a acovardava. Fez meia volta e se foi em silêncio. […]

Dois ou três dias depois Ana Terra disse adeus ao filho. Apertou-o contra o
peito, cobriu-lhe o rosto de beijos e a muito custo conteve as lágrimas. Outras
mulheres despediam-se chorando de seus homens. Havia um ar de desastre e luto
em todas as caras
(Veríssimo, 2001: 142).

Ana põe-se a esperar seu filho, sozinha (pois Eulália casou-se novamente), cuidando
da casa e do pequeno rancho que possuem. Quando chegam notícias que a guerra
está para terminar, Ana reflete mais uma vez sobre o significado da guerra,
para quê e para quem elas servem:

Agora todos esses campos até o Uruguai são nossos!

Ana Terra sacudiu a cabeça, mas sem compreender. Para que tanto campo? Para
que tanta guerra? Os homens se matavam e os campos ficavam desertos. Os meninos
cresciam, faziam-se homens e iam para outras guerras. Os estancieiros aumentavam
suas estâncias. As mulheres continuavam esperando. Os soldados morriam ou ficavam
aleijados. Voltou a cabeça na direção dos Sete Povos, e seu olhar perdeu-se
vago sobre as coxilhas
(Veríssimo, 2001: 144).

Pedro volta dessa guerra com vida e mais tarde será recrutado novamente: portugueses
e espanhóis ainda não resolveram a questão. O capítulo conclui-se e Ana está mais
uma vez esperando, trabalhando e escutando o vento.

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