A introdução da escrita, enquanto sistema capaz de exprimir graficamente a linguagem,
acelerou todo o processo de construção da cultura.
Por tudo o que ficou dito, podemos
concluir que os primeiros registros ocorreram nos locais onde tiveram lugar
as primeiras civilizações urbanas, e por força da necessidade de um sistema
padronizado de valores e de notação para controlo administrativo, sendo os interesses
do Estado e seus dirigentes confiados a um grupo especializado de indivíduos
os escribas.
Mas a criação dos sistemas alfabéticos
não tive lugar sem que antes tivesse decorrido um lento processo evolutivo,
que teve início com a escrita ideográfica (composta por signos pictóricos que
representavam objetos e idéias) e a escrita fonética (pela qual os signos passaram
a ter também um som que identificava os valores ideográficos).
Num segundo período, o desenvolvimento
do comércio facilitou a divulgação dos sistemas de escrita, que foram entretanto
adaptados a outras línguas.
Os Fenícios, por questões de menor
complexidade, simplificam a sua escrita, diminuindo o número de sinais utilizados.
O resultado é o desenvolvimento do primeiro alfabeto composto por apenas vinte
e dois sinais.
O mesmo seria, mais tarde, adotado
pelos Gregos. Este alfabeto «quase perfeito» foi aperfeiçoado com a introdução
das cinco vogais [a, e, i, o, u] que não faziam parte do alfabeto fenício, que
só continha consoantes. Outra inovação foi a orientação da escrita, que passou
a fazer-se da esquerda para a direita.
A opção dos Gregos pelo alfabeto fenício
remonta ao século XI a. C. e, a partir dele foi criado o alfabeto grego clássico
no século VI a. C., o qual por sua vez originou o desenvolvimento do alfabeto
etrusco.
Em relação ao alfabeto latino, os
historiadores avançam com a hipótese de que por volta do século I a. C. o mesmo
já fosse constituído por vinte e três letras.
Na senda da longa evolução destes
vários sistemas de escrita desde a invenção de signos gráficos até à decomposição
das palavras em sons simples a nossa civilização apenas assimilou o estádio
de maturação das fases anteriores que constituíram o âmago deste trabalho.
Veja também: O
surgimento da escrita | Os
caracteres chineses | A
Escrita Hieroglífica no Egito | A
escrita cuneiforme da Mesopotâmia | O
alfabeto: uma nova forma de escrita | Considerações finais
Fontes: UFRJ | Revista Temas