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Os hebreus: 1. Introdução

by Lucas Gomes


Monte Sinai totalmente envolvido em névoa

O território da Palestina formava um estreito corredor que unia os impérios da Mesopotâmia e do Egito.

A moral e a ética dos hebreus foram o seu principal legado. Elas serviriam de base para o judaísmo e o
cristianismo.

Localização e clima

A Palestina ficava entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Apesar de ser um território pouco extenso, a
Palestina era formada por três regiões geográficas:

• a região norte, a Galiléia, era formada por colinas cobertas de vegetação;
• a região central, Samaria, era menos fértil do que a Galiléia, apesar de entrecortada por muitos
vales;
• o sul, a Judéia, era uma região árida e montanhosa.

O rio Jordão é o único que atravessa toda a Palestina. Ele nasce nos montes da Fenícia, percorre 220
quilômetros e desemboca no Mar Morto.

A Palestina é hoje uma região semidesértica.

A Palestina foi sucessivamente invadida e conquistada. Nesta terra os Hebreus fundaram o Reino de Israel,
construíram o Templo de Jerusalém e legaram ao Ocidente dois monumentos imperecíveis: a Bíblia e a Religião
Monoteísta.

A História dos Hebreus pode ser conhecida através do Antigo Testamento da Bíblia, cujas informações tem
sido muitas vezes confirmadas pela Arqueologia. Sabe-se que três etapas marcaram a história dos Hebreus: a
dos Patriarcas, a dos Juízes e a dos Reis.

A Fase dos Patriarcas

Os Patriarcas eram os membros mais velhos e os líderes das tribos. O primeiro Patriarca foi Abraão. Por
volta do II milênio a.C. os hebreus liderados por Abraão emigraram da Mesopotâmia (Ur) e instalaram-se às
margens do Mar Mediterrâneo, numa região chamada PALESTINA. Era uma estreita faixa de terra entre o deserto
da Arábia e o Mar, pouco propícia à agricultura, que servia de passagem entre a Europa e a Ásia Menor.

Após a migração para a Palestina, os Hebreus, devido ao próprio crescimento demográfico, tiveram um avanço
em sua condição social de clãs para tribos independentes, embora preservando costumes e tradições comuns.
Por volta de 1.700 a.C. devido a um longo período de seca e fome, os hebreus emigraram para o Egito, na
época sob domínio dos Hicsos. Aí os hebreus prosperaram e chegaram a ocupar altos postos na administração.
Após a expulsão os hicsos do Egito, os hebreus foram escravizados, permanecendo no Egito por
aproximadamente 400 anos. O Cativeiro no Egito só terminou quando o Patriarca Moisés libertou os hebreus e
os reconduziu à Palestina. Esse episódio recebeu o nome de ÊXODO. (por volta de 1.250 a.C.).
Veja o mapa do Êxodo Hebreu
(Fonte: Sociedades Bíblicas Unidas)

Segundo a tradição bíblica, foi no monte Sinai, na península de mesmo nome, que Moisés recebeu do deus
Jeová os Dez Mandamentos, que regulavam a moral e os costumes do povo hebreu. Moisés foi o responsável
pela implantação do Monoteísmo entre seu povo. Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à Palestina,
encontrando-a, porém, povoada pelos Cananeus. Para enfrentá-los de forma mais unida e organizada, os
hebreus escolheram Juízes para comandá-los.

A Fase dos Juízes


Sansão e Dalila, tela de Rubens (1609)

Josué, sucessor de Moisés, iniciou a luta pela reconquista da Palestina. As necessidades da guerra levaram
a uma gradual centralização da autoridade nas mãos de líderes políticos e militares que recebiam o título
de Juízes. Liderados por eles, conseguiram conquistar a Palestina. Os Juízes mais conhecidos foram Sansão
e Samuel. Quando a Palestina foi invadida pelos Filisteus, ficou evidente a necessidade de um governo mais
centralizado para combater os inimigos. Foi instituída, então, a Monarquia.

A Fase dos Reis – A Monarquia

Os primeiros reis, Saul e Davi, lutaram contra os Filisteus, consolidando a conquista da Palestina e
fazendo de Jerusalém sua capital. Em 996 a.C. Davi foi sucedido por Salomão.

O reinado de Salomão representou o apogeu da monarquia, com a existência de amplo comércio com povos
vizinhos, reforço do exército e a construção de grandiosas obras, como o Templo de Jerusalém. Esse grande
poder, no entanto, dependeu do aumento de impostos e da utilização de grande número de indivíduos sujeitos
a trabalhos forçados. Após a morte de Salomão (926 a.C.), as tribos hebraicas, insatisfeitas com essa
situação, se dividiram, formando os Reinos de Israel (norte) e de Judá (sul). Essa separação das tribos
hebraicas em dois reinos é chamada de CISMA. O cisma representou o rompimento da unidade política do povo
hebreu.


O julgamento de Salomão, tela de Valentin de Boulogne

O Reino de Israel tinha sua capital em Samaria.

O Reino de Judá tinha sua capital em Jerusalém.

Enfraquecidas pela divisão e pelas revoltas devido à permanência dos desajustes sociais e dos altos
impostos, as tribos hebraicas eram presas fáceis dos impérios vizinhos. Assim, em 722 a.C. o Reino de
Israel foi conquistado pelos Assírios, as tribos desapareceram totalmente, uma vez que seus integrantes
foram mortos ou deportados. O Reino de Judá durou um pouco mais, sendo dominado pelos Babilônios em 587
a.C. que escravizaram os hebreus, levando-os para a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como
CATIVEIRO DA BABILÔNIA (587 a 538 a.C.). Quando os Persas comandados por Ciro conquistaram a Babilônia em
539 a.C. , os Hebreus foram libertados e tiveram permissão para retornar à Palestina. Posteriormente, a
Palestina foi conquistada por Alexandre Magno, da Macedônia (333 a.C.) e pelos romanos (63 a.C.).

Durante a dominação romana, ocorreu o nascimento de Jesus Cristo (ano 1), cujos ensinamentos deram início
ao Cristianismo.

Em 70 d.C. os romanos destruíram o Templo de Jerusalém, provocando a revolta dos hebreus. A cidade de
Jerusalém foi arrasada pelos romanos.

Mais tarde, em 131 d.C., o imperador romano Adriano empreendeu violenta repressão aos hebreus, levando-os a
se dispersar pelo mundo. Esse episódio é conhecido como DIÁSPORA.

Os judeus passaram a viver em diferentes países, mas, apesar disso, conseguiram manter a unidade cultural.

Somente em 1948, os judeus voltaram a se estabelecer na antiga Palestina, fundando o Estado de Israel.

Atividades Econômicas dos Hebreus

A localização geográfica privilegiada da Palestina, região situada entre o Egito e a Mesopotâmia assim como
entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho, desempenhou um importante papel nas atividades econômicas
desenvolvidas pelos hebreus. Ao lado do pastoreio e da agricultura, desenvolvidos principalmente nas terras
férteis do vale do Rio Jordão, os hebreus estabeleceram também intensas relações comerciais com os povos do
Oriente Antigo, o Egito, a Fenícia, a Síria, a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Arábia e o Reino de Sabá (atual
Etiópia) eram os principais parceiros comerciais dos hebreus. Esse comércio atingiu o apogeu no reinado de
Salomão.

O Legado Cultural

A mais importante e original realização dos hebreus foi no campo religioso. Essa civilização elaborou uma
religião, o Judaísmo, baseado na idéia da existência de um único Deus e os hebreus se tornaram o único povo
monoteísta da história do Oriente Antigo. O Judaísmo caracterizou-se por valorizar as virtudes morais
humanas como a honestidade, a bondade e a justiça, pela crença na vinda de um salvador da humanidade, o
Messias; pela crença na imortalidade da alma, que seria recompensada ou castigada após a morte, e no Juízo
Final; pela crença num Deus justo e presente em todos os lugares. O Judaísmo influenciou o Cristianismo e
o Islamismo. A literatura dos hebreus foi a mais rica do Oriente Antigo: destaca-se: Os Salmos,
Cântico dos Cânticos, Livro de Jó.

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