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Marrocos: 12. Economia

by Lucas Gomes


Moeda marroquina

 

 

 

 

 

Moeda: dirham marroquino

A economia baseia-se na agricultura, na mineração de fosfato
e no setor de turismo (uma das principais fontes de receitas externas do país).

O Marrocos é a terceira maior economia da África do Norte, atrás
do Egito e da Argélia. Em 2002, apresentou um PIB da ordem de US$ 52,4
bilhões, correspondente a uma renda per capita de US$ 1.685. Altamente
dependente do setor agrícola, fonte de emprego para 45% da população
economicamente ativa, a economia marroquina tem apresentado desempenho errático,
condicionado sobretudo por fatores climáticos.

O setor industrial é bastante diversificado, compreendendo toda a gama
de atividades ligadas à produção de bens de capital, bens
intermediários e de consumo. Destacam-se as indústrias de extração
e processamento de fosfatos (dos quais o Marrocos é o maior produtor
mundial), o setor pesqueiro, bem como as indústrias têxteis. Em
1997, o governo lançou um programa de modernização de pequenas
e médias empresas (mise à niveau), com o objetivo de adequá-las
aos padrões europeus, já que a partir de 2008 o Marrocos deverá
integrar a área de livre comércio da Comunidade Européia.

O setor de serviços é igualmente importante, empregando 35% da
força de trabalho marroquina. A indústria do turismo merece destaque
especial, pois representa uma das principais fontes de recursos externos do
país. Em 1998, o Marrocos recebeu 2 milhões de turistas estrangeiros,
gerando receita da ordem de US$ 1,5 bilhão. Está em curso ambicioso
programa de modernização e ampliação da infra-estrutura
turística, com o objetivo de atingir, no prazo de três anos, a
cifra de 4 milhões de visitantes/ano.

Ao longo dos últimos anos, a política econômica tem-se pautado
pelo imperativo de equilibrar as contas públicas, mediante um ajuste
fiscal que inclui redução dos gastos e privatização
de estatais. Desde 1995, o Governo vem seguindo as recomendações
do Banco Mundial com vistas a reduzir o déficit público. Não
obstante os sucessos já obtidos pelo programa de privatizações,
com transferência de 58 estatais para a iniciativa privada, bem como a
adoção de medidas impopulares, como o congelamento de salários
do funcionalismo público, o déficit permanece em torno de 4% do
PIB.

O Marrocos vem conduzindo uma habilidosa estratégia de conversão
da dívida externa em papéis de longo prazo, tendo reduzido o endividamento
total de US$ 23 bilhões (em 1995) para o patamar de US$ 17,8 bilhões
(2003). Além disso, o país tem recebido fluxo significativo de
investimentos diretos estrangeiros, sobretudo nos setores têxtil, de autopeças,
turismo e agronegócio. A taxa anual de inflação vem apresentando
tendência declinante, registrando-se 1,2 % em 2003. Por outro lado, a
taxa de desemprego de 19% (2002) constitui fator de preocupação
para o Governo. Particularmente alarmante é o fato de que o desemprego
tem afetado sobretudo pessoas com formação universitária.

A descoberta de petróleo na região de Talsint, em julho de 2000,
pode significar um ponto de inflexão na história econômica
do país. Ainda importador de petróleo, o Marrocos poderá
desenvolver infra-estrutura para exploração, transporte e refino
do combustível, que teria impacto formidável no equilíbrio
financeiro do Estado. As reservas potenciais, estimadas em 15 bilhões
de barris, poderiam suprir as necessidades internas por um período de
60 a 90 anos. O governo elabora um ambicioso plano petrolífero, cujo
principal objetivo é atrair investimentos externos para exploração
do petróleo. Nesse sentido foi criada, em julho de 1999, a Lone Star
Energy Inc., associação entre a texana Skidmore Energy Inc. e
a marroquina Mediholding S/A., para realizar pesquisa e iniciar a prospecção.
Também entrou em vigor o Código de Energia, com vistas a regulamentar
a parceria do Estado com empresas estrangeiras na indústria petrolífera.

O comércio exterior do Marrocos, concentrado na exportação
de produtos primários (pescados, fosfatos e produtos têxteis) e
na importação de bens de capital, veículos, bens manufaturados
e combustíveis, alcançou em 2003 US$ 26 bilhões, com exportações
de US$ 9,5 bilhões e importações de US$ 16,5 bilhões.
Em 2003, as exportações marroquinas destinaram-se sobretudo à
França (26,4%), Espanha (16,7%), Reino Unido (7,1%), Alemanha (5,2%),
Itália (5%) e EUA (4%). Quanto às importações, seus
principais fornecedores são França (21,1%), Espanha (13,6%), Itália
(6,7%), Alemanha (6,7%), China (4,6%), Arábia Saudita (4,2%) e Reino
Unido (3,9%). No mesmo ano, as importações marroquinas provenientes
do Brasil somaram US$ 344 milhões (2,1%), e as exportações
para o Brasil alcançaram US$ 185 milhões (1,9%).

Comércio Exterior do Marrocos

(US$ milhões) Exportações Importações Balança comercial Intercâmbio comercial
2000 8.124 12.519 -4.395 20.643
2001 7.117 10.978 -3.861 18.095
2002 8.262 13.370 -5.108 21.632
2003 9.510 16.543 -7.033 26.053
2004* 2.862 4.640 -1.778 7.502

Fonte: FMI. Direction of Trade Statistics
– Yearbook 2003e Quarterly, Setembro 2004.
(*) Janeiro-Março.

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